(dramédia,
BRA, 2011)
BRA, 2011)
de Marcus Baldini.
= = =
por Daniel Schenker
Críticos/2011
Conhecidas imagens de ascensão e degradação
A jornada de Raquel Pacheco, jovem de classe média que ganhou notoriedade como garota de programa, foi descrita no livro O Doce Veneno do Escorpião [2005], base principal para um dos lançamentos mais aguardados de 2011: Bruna Surfistinha, filme de Marcus Baldini, que estreia cercado de expectativas quanto à adesão do público. É verdade que o erotismo anda em baixa no cinema brasileiro. Engajados em provar que o filme nacional é “respeitável”, muitos cineastas vêm caminhando na contramão da pornochanchada, que levou legiões de espectadores aos cinemas nos anos 70. Baldini ousa mais que a média, tomando, porém, o devido cuidado para não assustar uma plateia acostumada com a assepsia imperante nas últimas décadas. E conta com um chamariz de peso: a escalação de Deborah Secco como protagonista.
Baldini traça um perfil nem sempre muito convincente de Raquel Pacheco. Na abertura, ela aparece se exibindo com prazer em frente ao computador. Logo depois, o diretor mostra-a como uma jovem tímida que foi quase empurrada para o comércio do sexo. Empurrada pelo convívio tedioso numa família de horizonte estreito, onde não há diálogo, e pela discriminação sofrida no colégio. Diante do primeiro cliente, sente-se aviltada. Passa a lavar roupas constantemente, evidência da tradicional impressão de impureza decorrente da prática do sexo rotativo.
A partir de um determinado momento, Baldini começa a sublinhar, com ênfase excessiva, que Raquel se prostituiu por opção. Uma saída para conquistar a própria independência e, razão um pouco menos nobre, viver cobiçada como se fosse a garota mais popular do colégio. Tem experiências prazerosas com um ou outro cliente. Dá um upgrade no visual e assume a identidade de Bruna Surfistinha. Cria um blog de sucesso, onde comenta as performances dos clientes. Mas também se deslumbra e mergulha fundo nas drogas. Envereda pela degradação. E externa carência constante: “sinto mais falta da família que queria do que da que tive”, exclama Raquel/Bruna, protagonista de uma trajetória de ascensão e degradação semelhante a tantas outras abordadas no cinema.
Prejudicado por uma narração em off desnecessariamente explicativa que realça a pouca consistência do roteiro (de José Carvalho, Homero Olivetto e Antonia Pellegrino), Bruna Surfistinha soma pontos nas escalações de Fabíula Nascimento, que aproveita os destemperos de sua personagem, a prostituta Janine, para injetar certa dose de humor, e, em especial, Drica Moraes, na pele da cafetina Larissa.
A jornada de Raquel Pacheco, jovem de classe média que ganhou notoriedade como garota de programa, foi descrita no livro O Doce Veneno do Escorpião [2005], base principal para um dos lançamentos mais aguardados de 2011: Bruna Surfistinha, filme de Marcus Baldini, que estreia cercado de expectativas quanto à adesão do público. É verdade que o erotismo anda em baixa no cinema brasileiro. Engajados em provar que o filme nacional é “respeitável”, muitos cineastas vêm caminhando na contramão da pornochanchada, que levou legiões de espectadores aos cinemas nos anos 70. Baldini ousa mais que a média, tomando, porém, o devido cuidado para não assustar uma plateia acostumada com a assepsia imperante nas últimas décadas. E conta com um chamariz de peso: a escalação de Deborah Secco como protagonista.
Baldini traça um perfil nem sempre muito convincente de Raquel Pacheco. Na abertura, ela aparece se exibindo com prazer em frente ao computador. Logo depois, o diretor mostra-a como uma jovem tímida que foi quase empurrada para o comércio do sexo. Empurrada pelo convívio tedioso numa família de horizonte estreito, onde não há diálogo, e pela discriminação sofrida no colégio. Diante do primeiro cliente, sente-se aviltada. Passa a lavar roupas constantemente, evidência da tradicional impressão de impureza decorrente da prática do sexo rotativo.
A partir de um determinado momento, Baldini começa a sublinhar, com ênfase excessiva, que Raquel se prostituiu por opção. Uma saída para conquistar a própria independência e, razão um pouco menos nobre, viver cobiçada como se fosse a garota mais popular do colégio. Tem experiências prazerosas com um ou outro cliente. Dá um upgrade no visual e assume a identidade de Bruna Surfistinha. Cria um blog de sucesso, onde comenta as performances dos clientes. Mas também se deslumbra e mergulha fundo nas drogas. Envereda pela degradação. E externa carência constante: “sinto mais falta da família que queria do que da que tive”, exclama Raquel/Bruna, protagonista de uma trajetória de ascensão e degradação semelhante a tantas outras abordadas no cinema.
Prejudicado por uma narração em off desnecessariamente explicativa que realça a pouca consistência do roteiro (de José Carvalho, Homero Olivetto e Antonia Pellegrino), Bruna Surfistinha soma pontos nas escalações de Fabíula Nascimento, que aproveita os destemperos de sua personagem, a prostituta Janine, para injetar certa dose de humor, e, em especial, Drica Moraes, na pele da cafetina Larissa.
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Lista de historical dramedy no subgênero fiction of manners:
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