The Meg
(folhetim,
CHN/USA, 2018)
de Jon Turteltaub.
(folhetim,
CHN/USA, 2018)
de Jon Turteltaub.
por Paulo Ayres
Talassofobia: medo intenso das profundezas aquáticas, em especial a imensidão de rios e mares, sua profundidade e de prováveis criaturas que possam surgir aí. Quando há uma ficção ecológica sobre monstros marinhos, geralmente, ocorre uma busca de algum grau desse pavor, ainda que de maneira momentânea. Sabendo que a fonte de The Meg é uma série de livros de Steve Alten (o primeiro é de 1997), a transposição para a arte audiovisual estabelece de forma maior a meta de criação climática que mira uma determinada sensação de horror.
Junte a talassofobia e a megalofobia e voilà: o folhetim sino-americano descobre sua razão de existir, para ter a presença sentida enquanto uma identidade reconhecível, em meio a incontáveis filmes de tubarão que enchem o oceano ficcional. A trama sobre a equipe de pesquisa no mar profundo de Mariana Trench acontece em movimentos perceptíveis: uma descida, uma subida até a superfície, mergulhos individuais como sacrifícios imagéticos — com destaque para Jason Statham protagonizando para realizar essa função — e, por fim, uma escapatória de barco.
Cada personagem que o filme de Jon Turteltaub usa como um tipo de isca audiovisual é responsável por um momento de suspense na gradação do folhetim. A garotinha, filha da oceanógrafa Suyin (Li Bingbing), encarando o tubarão pré-histórico através de uma parede reforçada e transparente, representa uma primeira aproximação do medo calculado. Na superfície marítima, depois, até mesmo o cadáver de um megalodon menor servirá de isca para o maior. The Meg tem certa fixação com a questão de escala, pois, afinal, é nessa proposta que o seu animal digital milionário garante algum interesse. A mandíbula imensa dos efeitos visuais destrói os planos do bilionário da vez (Rainn Wilson) na sátira edificante, mas garante a eficiência do produto.
Mesmo havendo em The Meg até o uso de um helicóptero como isca “roteirística” de pintura cinematográfica, as iscas, no sentido de atração do enredo, que mais chamam a atenção é a massa populacional em lazer na praia de Sanya Bay, China. São momentos assim que certas ficções científicas parecem menos distantes no horizonte especulativo.
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Lista de sci-fi feuilleton no subgênero eco-fiction:
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